2 de novembro de 2017
A tecnologia Blockchain têm movimentado empresas e governos ao redor do mundo, pois é capaz de revolucionar a forma como transacionamos dinheiro, informações e processos. Essa tecnologia funciona como um banco de dados que registra informações em blocos criptográficos, atrelados uns aos outros de forma a impedirem alterações, literalmente como uma rede, uma corrente de blocos – o que deu origem ao termo “block” – “chain”. Isto significa, em termos práticos, que todos os participantes desta rede recebem as informações registradas ali em tempo real, como um backup de todo o histórico, e nenhum deles tem poder administrador para alterar ou apagar qualquer informação. Por consenso entre máquinas, a rede aprova ou recusa dados e, se há alguma tentativa de fraude, ela impede o registro. Por estas razões, tudo o que existe nesse banco é imutável e não suscetível a fraudes ou manipulações. Devido à sua arquitetura, que conta com criptografia e mecanismo de chaves públicas e privadas, a tecnologia blockchain entrega confiança ao usuário. Prova disso é o sucesso do bitcoin, o primeiro ativo transacionado pela blockchain. Por conta dessa confiança que a rede proporciona, a criptomoeda tem se valorizado astronomicamente no último ano. Outras tecnologias espelhadas na blockchain do Bitcoin também foram desenvolvidas, como as DLTs, Distributed Ledger Technologies, também chamadas de Redes Permissionadas. A tecnologia é tão segura e confiável que dispensa intermediadores, ou seja, podem ocorrer transações de um ponto a outro do mundo em minutos, sem a necessidade de agentes que garantam a confiança, de qualquer ativo desejado, como valores, informações, até mesmo tokens que representem bens físicos.
Desde então, governos, bancos, empresas e corporações têm estudado, testado e adotado a tecnologia em vários segmentos, como por exemplo: · Supplychain: rastreio e controle inviolável de cadeias de valor, logísticas e de produção, principalmente de alimentos, para garantia de procedência e manipulação de produtos; · Gestão de identidade: essa tecnologia permite a identificação segura do indivíduo pela internet. Isso possibilita a criação de documentos únicos que integrem informações relevantes e necessárias do cidadão, como informações médicas, financeiras, profissionais e pessoais, tudo em um único acesso controlado pelo próprio usuário; · Contratos Inteligentes: são, de fato, contratos desenvolvidos em código, auto-executáveis e capazes de desintermediar compras, vendas, ações, consultas, procedimentos e processos; · Auditoria e Compliance: a partir de uma base imutável de dados, aplicações para controle e gestão de processos e auditoria são perfeitas para a tecnologia blockchain. A impossibilidade de mudanças gera informações verídicas e históricos de processos, autorizações, compras, dentre outros, e facilita a governança e compliance corporativos; · Voto Auditável: a tecnologia blockchain aplicada às urnas eletrônicas é perfeita para prover auditoria e segurança no voto do cidadão. O aplicativo Mudamos, do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, já exemplifica esse uso ao possibilitar o voto seguro e auditável em propostas e projetos de lei. · Moeda Nacional Digital: o FMI, Fundo Monetário Internacional, recomendou que os bancos centrais desenvolvam suas próprias moedas em versão digital, em blockchain, e regulamentem o uso de criptomoedas. Países como Rússia, Estônia, Canadá e Suécia já estudam o desenvolvimento das suas próprias moedas virtuais. Os primeiros passos para a adoção são entender a tecnologia, identificar oportunidades, selecionar e estudar casos de uso e desenvolver uma prova de conceito para ajuste e estruturação do projeto. Prepare-se, a tecnologia blockchain é a nova internet, a internet de valores!